12 de ago. de 2012

Para além do "para sempre"

Um dia seus olhares se encontraram, e em segredo se prometeram jamais se deixarem.
Amaram desde o primeiro segundo. Não lhes importavam status, sociedade, modos, família... Nada além de o desejo de segurarem nas mãos um do outro e trilhar seus caminhos, agora juntos, agora pertos... Para além do “para sempre”.
Num outro dia, no entanto, se deram conta de que não estavam mais tão próximos. Seus passos se distanciavam, e suas mãos já quase não se tocavam. Entreolharam, e com lágrimas nos olhos perceberam que não se reconheciam mais. Não eram os mesmos de antes, haviam se entristecido, desanimado, e cansado.
Não entendendo o que havia acontecido para que suas vidas voltassem a ser solitárias, buscaram no infinito dos céus uma resposta. E ao olharem aquele azul enegrecido e cheio de estrelas, tantas, tantas e todas tão sós, entenderam que os verdadeiros amores não foram feitos para ficarem juntos.
Foram feitos para brilharem como as estrelas, guiando os passos do ser amado, mas jamais entrelaçados.
Sorriram, e com um último suspiro do adeus que não podia ser dito. Partiram! Um iluminando o caminho do outro... Para além, para além do "Para Sempre".

9 de jun. de 2012

Preciso Tanto De Você

Eu só queria te reencontrar. Queria poder olhar em seus olhos e reconhecer aquele que um dia fez parte de mim... Aquele que de tanto amar, deixei que ficasse com parte do meu coração, parte dos meus sonhos, parte da minha felicidade...
Quando olho o horizonte, sinto que aí está você. Embora não possa vê-lo, posso senti-lo. Está nas lágrimas que escorrem por minha face, no vento que assopra minha pele, na chuva que molha meus cabelos, no sol que me aquece...
Num tempo fomos um, e sendo um nos bastava... Sorrimos as mesmas alegrias, e penamos os mesmos pesares. Juntos, únicos, corações entrelaçados e amor abençoado.
Hoje preciso de você! Cada dia preciso mais e mais de você. Preciso te sentir! A saudade aumenta a cada segundo, e eu sei que a vontade de voltar a revê-lo me faz caminhar e acreditar que, em meio a tantas pessoas, nossos olhos se encontrarão e um sorriso bastará para que nunca mais estejamos sós outra vez.
Te espero! Porque sempre, sempre te amei.

8 de jan. de 2012

As Palavras...

As palavras eram sua melhor companhia. Descobriu as num dia, folheando certo livro adormecido e há anos esquecido num cemitério de palavras. Elas lhe sorriram, lhe tocaram timidamente e lhe permitiram sonhar, descobrir novos mundos... viajar!!!
Daquele dia em diante soube que não poderia seguir sem elas, e embora lhe trouxessem calafrios, não conseguiu deixá-las para trás.
Regozijou-se milhões de vezes com o que lhe diziam. E em tantas outras, experimentou seu gosto mais amargo, ou mesmo seu calar mais sufocante.
Um dia decidira que não mais seria governada por elas. Estudou, pesquisou, buscou, e com leituras estafantes, achou que agora as liderava. Se enganou!
Acercando-se delas, sentiu exalar seus segredos mais profundos... Foram capazes de transformar o mundo, destruir impérios inteiros, desbancar nações poderosas, amaldiçoar vidas para sempre, ou uni-las para além da eternidade... Teve medo, e por vez, intensa paixão.
Em certa ocasião, agarrou-as, embrulhou-as em uma caixa de presente revolta por um lindo laço e entregou-as ao ser amado como prova de seu mais puro e verdadeiro amor. No entanto, elas, as palavras, não são nada domesticáveis, e forçadas a escreverem algo a quem não sabia lhes compreender, deixaram se levar pelo ar, e escorregaram para o chão - como água lançada a terra - desapareceram com sua interpretação para sempre, para distante de um infeliz amor não compreendido.
Hoje, ela senta com elas em seu colo. As acaricia com seus dedos. As deixa pousar ali, entre um espaço em branco e pontos a separá-las. Aprendeu a brincar com elas. Sabe que não poderia viver sem suas eternas amigas, mesmo que não consiga dominá-las por completo. Sabe que muitas vezes não será capaz de entender o que suas entrelinhas querem dizer. Sabe que, embora lhes façam sofrer inúmeras vezes, sem elas o sorriso jamais voltaria ao seu rosto e a felicidade jamais bateria a sua porta.
Seu dilema - de ontem, hoje e talvez sempre - se converte em saber usá-las no momento certo, e da maneira correta.
Elas, as palavras, apenas observam. Com uma amiga a lhes conceder vida, elas traçam seu destino.

10 de dez. de 2011

A Hora da Estrela

Sonhava em ser uma atriz de cinema. Representar milhares de personagens em sua própria vida, e correr o mundo contemplando tantas maravilhas.
No entanto, nem mesmo em sua própria vida conseguira ser a atriz principal... Como coadjuvante viveu cada dia.
Tola, solitária, doce e obediente, alimentava a lembrança de uma infância triste e uma saudade do que poderia ser e não foi.
Vivera de acordo com o que os ventos do cotidiano lhe sopravam... Pobre, humilde, honesta e incapaz de dizer suas vontades.
Ela vivia os dias como se cumprisse apenas um roteiro, que mais cedo ou mais tarde chegaria ao fim.
Das pessoas a sua volta o único sentimento que despertava era a pena... Não conseguia levantar os olhos para sequer receber um elogio.
Como um cachorro que é cachorro sem saber, ela não questionava, e se questionada responderia “Já que sou, o jeito é ser.”
Sem sonhos, sem expectativas, sem vocação e sem objetivos. Acreditava mesmo que foi “soprada” no mundo. Um cisco soprado do olho teria mais importância, diria.
Seu único luxo era ir ao cinema uma vez por mês. Sua grande paixão, “goiabada com queijo”. E seu único prazer, acordar aos domingos bem cedo para ficar mais tempo sem fazer nada.
No cais do porto, olhando a distância os chamados dos navios, sentia o coração apertar. Não sabia explicar, tampouco isso importava. Se havia algo novo para experimentar em sua insignificante vida, isso lhe bastava com toda a certeza.
Namorou certa vez, mas do tamanho de sua simplicidade era o tamanho do interesse desse rapaz. E assim, como algo que parece que nunca existiu, esse romance teve um ponto final... Ela não chorou, não brigou. Apenas pensou que assim devia ser.
Não sabia, mas seria protagonista da sua vida. Brilharia como sua atriz de cinema favorita. E por incrível que pareça, teria plena consciência disso tudo. Pena que seria tarde demais, pena que seria seu último dia. O dia de sua morte.

P.S Hoje, aniversário de Clarice Lispector, eu não poderia deixar passar em branco. Alguém que viveu com tanta intensidade suas escritas, e nos permitiu viver junto com ela, só poderia ser alguém muito especial.
Esse texto que escrevi, descreve um dos personagens de Clarice. A garota Macabéa da obra “A Hora da Estrela.” O último livro escrito por Clarice, e que talvez tenha muitas características com seus últimos dias de vida. Sei que o que escrevi não está a altura do que é o livro, mas se comparado ao que é esta escritora, isso seria uma tarefa impossível.
Quantas Macabéas existem nesse mundo? Quantas pessoas não vivem suas vontades, nem tampouco ditam as regras de sua vida? Vêem seus sonhos passarem, vêem os navios partirem do cais do porto, e embora sintam seus corações apertados, não têm coragem de correr até lá e viver essa aventura.

A vida pode ser bastante triste ou bastante alegre. Depende de como você escolhe vivê-la.

24 de out. de 2011

Morrer, e renascer mais humana a cada novo dia.

Ela não podia mais viver de sonhos. O tempo havia passado.
Olhar distante, coração em ritmo lento, e a partida marcada... Quantas recordações!
Hoje não tinha dúvida do quanto havia desperdiçado sua vida. O vento soprado em seu ouvido trazia palavras que havia deixado no ontem, mas que lhe agonizavam ainda hoje.
Amara uma única vez em toda a vida. Daqueles amores que não precisam ser revelados, mas que estão ali, entre linhas. Presentes de forma mágica e inexplicável.
Ao longe, num passado remoto, apagado com a neblina do tempo, conseguia visualizar aquelas tardes em família... Risos fáceis, histórias animadas, e a voz de uma garotinha ecoando pelo ar, contando seus contos de fada, suas queixas e gostos sempre tão peculiares. O que os anos não fizeram consigo, pensou. E sentiu saudade daquele corpinho tão miúdo, mas que lhe permitia correr por onde quisesse.
A vida não havia sido fácil! Alto e baixo, amor e ódio, alegria e tristeza, risos e lágrimas... Tudo sempre havia lhe sido entregue assim. Um pé aqui, e o outro lá.
Mais do que em qualquer outro dia, desejava poder olhar cada um dos rostinhos de seus amigos. Guardar cada expressão, cada olhar, cada gesto... Aprendera com o destino que um dia as pessoas partem, e gostar delas não impede que isso aconteça.
Em poucos meses, dias ou horas, como saber?! Deixaria essa vida para nunca mais voltar. Não voltaria a ser aquela garotinha que sonhava em ser bailarina. Nem aquela jovem que adorava passar horas deitada debaixo de um céu estrelado imaginando como seriam solitárias as estrelas. Menos ainda aquela mulher que em segredo escrevia seu diário, criava seus próprios personagens, jamais conhecidos por qualquer um que fosse, mas que lhe ajudavam a enfrentar seus medos, seus fantasmas.
Nada mais importava agora... Alguns precisavam partir, para que outros pudessem chegar! O que era a vida senão um grande desencontro?!
Sorriu, e pela última vez sentiu uma sensação boa.
Um último suspiro e já não pensava mais... Dores, desconforto, solidão, desprezo, desespero... Tudo partira!! Para além... Além do que os olhos pudessem ver, os corações pudessem sentir, e os mundos pudessem acreditar... Ela partira, como se nunca tivesse chegado.

16 de ago. de 2011

Seria apenas mais uma história, se não tivesse tocado a alma.

Sonhava tanto com aquele momento. Havia criado e recriado aquela cena centenas de milhares de vezes.
O clima, as palavras, as expressões... Tudo havia sido estudado detalhadamente.
Como uma bagagem em que se arruma cautelosamente no dia anterior à viagem, tudo estava em seu devido lugar.
Olhos brilhando, coração aos pulos...  Será que finalmente a revelação seria feita?!
Já havia facilitado esse acontecimento em diversas circunstâncias. Não tinha coragem para o primeiro passo, mas a partir dele estava pronta para todos os demais.
Recuou em outras tantas oportunidades. Mas, convencida de que o momento certo ainda não havia chegado... Calou, chorou e se desesperou... Por fim, optou pelo tempo – o melhor remédio de todos – pensou e repensou – talvez não fosse tão bom assim, retrucou, mas deixou.
O momento era aquele. AQUELE!! Repetia para si mesma a cada minuto de incerteza, a cada minuto de espera.
Quantas cartas escritas e rasgadas... Quantos e-mails digitados e deletados... Quantas ligações feitas e caladas... Arrependimento?! Não sabia, talvez o sentimento não fosse bem esse.
Já o outro - o grande responsável por todo esse conflito interior - parecia disperso em seu mundo. Olhar distante, sorriso perdido...
Por fim... O momento!!! As palavras começaram a surgir, e uma a uma formavam as frases que tanto quis dizer. Acreditava nisso, esperava isso...
No entanto, o mundo e suas surpresas... O outro, e seus enigmas!!!
Em seguida, vivenciou o que sempre havia temido... Palavras se convertendo em frases, e frases em textos terríveis, que por sua vez, traziam uma mensagem que tanto temia, e que nem em seus piores momentos chegou a acreditar que pudessem ferir assim.
E apenas se defendendo da dor que sentia - o outro - dizia que não podia aceitar um amor que não soube se manifestar, que ficou sufocado pelo medo, que não superou o receio...
Levantou-se e partiu... Para sempre!! Para além de seus olhos...
Ela, lágrimas nos olhos, vazio no peito, desespero na alma... Desejava desaparecer!! Nem tanto pela despedida que fora obrigada enfrentar... E sim, pela pior covardia de sua vida: Esconder um amor.

27 de jul. de 2011

Amar ou se contentar?!

Casar-se com um lindo vestido branco, um radiante véu sobre a cabeça e um incrível buquê  nas mãos contrariadas. Casar-se com uma igreja lotada de pessoas estranhas, presentes caríssimos, e alguém que não se ama. Casar-se com uma bela maquiagem, cabelos envoltos num impecável penteado e um sorriso triste no rosto. Casar-se por conveniência, por status, ou porque está “na hora”.
Casar-se de mãos dadas numa fuga sem planejamento. Casar-se com os olhos que nos refletem, com o sorriso de cumplicidade e gestos desajeitados. Casar-se com o interior, com o rosto iluminado pelo sol ou pela lua. Casar-se com as palavras soltas ou guardadas no fundo da alma. Casar-se com as lágrimas, com os momentos de fúria, de derrota, de tristeza ou alegria incontrolada. Casar-se com o toque da pele, o sussurrar nos ouvidos, o beijo carinhoso. Casar-se com a companhia, com as conversas bobas ou sérias demais.Casar-se e casar-se... Eis a grande diferença!!!
Amar ou se contentar?!  

21 de jul. de 2011

Se eu morrer antes de você...

"Se eu morrer antes de você, faça-me um favor.
Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.
Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:

— "Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!"

Aí então, derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas?
Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu. . . Ser seu amigo já é um pedaço dele!"

Chico Xavier




P.S O Dia do Amigo foi ontem 20/07 e pela correria do dia acabou passando em branco, mas hoje, aqui estou para agradecer aos meus amigos pela companhia, pelos sorrisos, pelas lágrimas, pelos momenos únicos que cada pessoa pode proporcionar ao outro. Não se pode amar duas pessoas da mesma maneira, simplesmente não é possível. E aos que me emprestam sua amizade de forma única todos os dias, quero dizer obrigada. Bom demais tê-los em minha vida!!

15 de jul. de 2011

E agora?

Algum palpite sobre como tomar as decisões corretas? Estou nessa de esperar que alguém, numa bela tarde ensolarada, bata a minha porta me apresentando um manual sobre como tomar a melhor das decisões entre tantas que me aguardam. Talvez assim eu não precise mais machucar as pessoas que amo, ou passar noites em claro desejando voltar ao passado para refazer tudo novamente, ou quem sabe ainda, poupe algumas lágrimas de decepção, de desespero, de fracasso...
Que tal se o próximo passo a ser dado viesse com flechas de indicações? Para frente, para a direita, ou não, não para a esquerda... Não pouparíamos tantas lembranças do passado, tendo em frente dias de felicidade certa?
E se ao invés de termos que cair apenas com a coragem e a esperança em relações que muitas vezes nos deixam feridos, desacreditados, não víssemos diante de nossos olhos um pisca - alerta de luzes coloridas nos indicando se estamos seguindo certo ou errado?
É, como seria bom!! Eu diria PER-FEI-TO. Mas infelizmente isso não é possível, e me perguntando hoje sobre como tomar a melhor das decisões, eu cheguei à conclusão de que nada melhor do que acreditar em si mesmo. Acreditar no que nosso coração diz, no que desejamos de verdade viver. Assim, se o arrependimento bater, ao menos não teremos muito do que se queixar.
E nos bastar, nos bastar sempre, e quando procurarmos estar com alguém, fazer isso ciente de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar.
As pessoas não se precisam, elas se completam. Não somos metades, somos pessoas inteiras, e cabe a cada um decidir se está disposto a se dividir, e se decidido pelo sim, que soframos as consequências, sem arrependimentos.
Não estamos neste mundo para satisfazer as expectativas dos outros, assim como ninguém está aqui para satisfazer as nossas.